Não é alergia

O angioedema e a urticária são um grande desafio na prática clínica, uma vez que comumente são confundidos.1
O angioedema hereditário (AEH) ainda é uma doença tão pouco conhecida, a ponto de ser confundido com outras condições, como aspiração de corpo estranho ou alergia alimentar, retardando, consequentemente, seu diagnóstico e tratamento.2

Mas, apesar de alguns pacientes relatarem sensação de queimação na região do edema, o AEH não está associado à urticária e ao prurido. Portanto, é preciso deixar claro que não se trata de alergia, mas, sim, de uma doença rara, caracterizada por inchaços localizados, não inflamatórios, que podem aparecer em diversas partes do corpo.² 

 

O que acontece no AEH

Os pacientes com AEH apresentam um defeito quantitativo ou qualitativo da enzima do C1-INH no organismo, o que acarreta as crises de inchaços. Os locais mais afetados são: face, mãos, pés, genitália, intestino e garganta. Além dessas, outras manifestações clínicas raras, como dor de cabeça intensa, retenção urinária e pancreatite aguda, também podem ocorrer.²

O edema abdominal causa bastante dor e, na maioria das vezes, é diagnosticado como apendicite ou até mesmo ovários policísticos.²

Embora muitas das crises ocorram espontaneamente, diversos fatores desencadeadores foram identificados, incluindo trauma, estresse, infecção, menstruação, gravidez, consumo de álcool, mudanças de temperatura extremas, exercícios e até o uso de anticoncepcionais e terapia de reposição hormonal contendo estrogênio.²

 

Diagnóstico do AEH

Pessoas com suspeita clínica e/ou com história familiar de AEH devem ser investigadas, já que se trata de uma doença hereditária. Para isso, o histórico clínico deve ser avaliado e exames laboratoriais devem ser realizados.² 

 

Referências
1. Krystyna Obtułowicz. Bradykinin-mediated angioedema. Polskie Archiwum Medycyny Wewnętrznej 2016; 126 (1-2).
2. Pedro Giavina-Bianchi et al. Diretrizes brasileiras para o diagnóstico e tratamento do angioedema hereditário – 2017. Arquivos de Asma, Alergia e Imunologia, 2017;1(1):23-48.

C-ANPROM/BR/HAE/0009