Fechamento súbito das vias aéreas, dor intensa e passar a doença para os filhos são alguns dos medos mais comuns que acometem as pessoas com angioedema hereditário. Esses sentimentos são alguns dos que vão ao encontro com o número crescente de transtornos de ansiedade e de depressão detectados em pacientes com AEH nos últimos anos.¹
Estudos apontam que 15-46% dos portadores de AEH relatam sintomas de ansiedade e 18-42% dos pacientes apresentam sintomas depressivos significativos. Além disso, esses transtornos psiquiátricos também são observados em crianças com AEH, com até 24,5% apresentando depressão ou ansiedade e até 44,8% recebendo antidepressivos ou medicamentos relacionados à ansiedade.² Esses dados confirmam que sintomas de depressão e de ansiedade são comuns em pacientes com AEH e alertam para a necessidade de tratamento integral, uma vez que os distúrbios psicológicos aumentam ainda mais a sobrecarga da doença, comprometendo a qualidade de vida dos pacientes.1-3
Importância do apoio psicológico profissional
Os sintomas de ansiedade e de depressão apresentados por pacientes com AEH são desencadeados por diversos fatores, como histórico de ataques graves, mortes relacionadas ao AEH na família, imprevisibilidade dos ataques, comprometimento das decisões de planejamento familiar, atraso no diagnóstico correto, intervenções médicas desnecessárias em razão dos erros de diagnóstico e restrições relacionadas à doença nas atividades diárias ou produtividade do trabalho.1,2 O estresse é descrito como o maior desencadeante para as crises de AEH.¹
Embora a vida dos pacientes com AEH melhore com o aumento da conscientização e com mais opções de tratamento, a depressão e a ansiedade ainda precisam de atenção, pois estão significativamente associadas ao baixo controle da doença.1,2
Uma pesquisa publicada recentemente mostrou que uma maior frequência das crises é geralmente relacionada ao nível de sobrecarga da doença, que piora quando o paciente apresenta sintomas de ansiedade e de depressão. ¹ Por isso, a importância de tratar os sintomas e os gatilhos da ansiedade, da depressão e do estresse, além do AEH, para melhorar os resultados do tratamento e contribuir com o bem-estar e a qualidade de vida dos pacientes e dos cuidadores.2-4
Intervenções terapêuticas visando diminuir o número e a gravidade das crises de AEH podem melhorar significativamente a qualidade de vida e o controle da doença; já os testes psicológicos, que avaliam a capacidade e as características do paciente, são ferramentas importantes para medir a qualidade de vida, os problemas de saúde mental e o sucesso terapêutico. Por isso, devem ser integrados na rotina de cuidados com o AEH.2,3
Portanto, ao menor sinal de estresse, medo, angústia, ansiedade ou depressão, procure a ajuda de um profissional especializado.
Um psicólogo ou psiquiatra pode contribuir muito com o tratamento do angioedema hereditário.1-4
Referências
1. Livia Savarese et al. Psychology and hereditary angioedema: A systematic review. Allergy Asthma Proc. 2021 Jan; 42(1): e1 e7.
2. Julia Zarnowski et al. Prophylactic Treatment in Hereditary Angioedema Is Associated with Reduced Anxiety in Patients in Leipzig, Germany. Int Arch Allergy Immunol. 2021 Sep; 182(9): 819 826.
3. Andrew S. Fouche et al. Depression and anxiety in patients with hereditary angioedema. Ann Allergy Asthma Immunol . 2014 Apr; 112(4): 371 375.
4. Julia Hews Girard and Marilyn Dawn Goodyear. Psychosocial burden of type 1 and 2 hereditary angioedema: a single center Canadian cohort study. Allergy Asthma Clin Immunol. 2021; 17: 61.
C-ANPROM/BR/HAE/0040.