As crises de angioedema são causas comuns de atendimentos nas emergências em razão do potencial de gravidade, principalmente, quando acomete as vias aéreas. O angioedema hereditário, por ser raro, é pouco conhecido e, muitas vezes, confundido com uma alergia comum a alimentos, medicamentos ou ferroada de insetos, o que pode dificultar o tratamento correto de uma crise e atrapalhar a melhora dos sintomas.1
Um estudo apontou que:2
24,3% dos pacientes com AEH relataram atendimento de emergência pelo menos uma vez por mês.
29,7% relataram uma vez a cada 2-3 meses.
40,5% relataram menos de uma vez a cada 6 meses.
Devido ao pouco conhecimento sobre o AEH, é importante traçar um plano de ação para momentos de crise, que poderá ajudar tanto o paciente e/ou seu cuidador, no cuidado imediato, como os profissionais de saúde na identificação e abordagem corretas.
Saiba como preparar um plano de emergência1,3
ADULTOS
Tenha sempre à mão o telefone de alguém que possa lhe ajudar em caso de crise. Avise a pessoa, para que ela esteja pronta a lhe atender a qualquer momento.
CRIANçAS
Pais, informem à direção e professores da escola, pais de amigos, babás, familiares, entre outras pessoas que convivam com a criança sobre a necessidade de cuidados em casos de crises. Peça que eles entrem em contato imediatamente ao menor sinal.
ADULTOS/CRIANÇAS
- Eleja um hospital/pronto atendimento para onde possa ser levado. Verifique com antecedência se o hospital possui medicações para crise
- Carregue sempre consigo um cartão ou laudo do médico especialista em AEH, resumindo de forma concisa sua condição e tratamento realizado.
- Registre as crises em um diário, eletrônico ou de papel, com as informações da crise, incluindo localização do edema, duração, gravidade, medicação usada e resposta ao tratamento. Apresente ao seu médico durante a consulta.
FIQUE ALERTA!
Além do inchaço nas vias aéreas, o AEH pode provocar inchaços abdominais que causam dor intensa, náuseas, vômitos e diarreia, podendo levar ao acúmulo de líquido dentro do abdômen.4
Esses sintomas podem ser confundidos com situações graves, como apendicite, por exemplo, resultando em cirurgias desnecessárias. Por isso, em casos de dor na barriga, vá direto ao pronto atendimento.4
Leve o laudo médico e/ou cartão de identificação de portador de AEH. Eles serão bastante úteis na identificação do AEH pelos profissionais de saúde.4
nforme todos os profissionais de saúde envolvidos em sua rotina de cuidados sobre o AEH (exemplo: dentista e dermatologista). E antes de realizar qualquer procedimento invasivo ou traumático, converse com seu médico especialista no tratamento do angioedema hereditário. Ele poderá orientá-lo sobre os cuidados a serem tomados antes, durante e após o procedimento.
Referências:
1. Faradiba Sarquis Serpa et al. Angioedema hereditário: como abordar na emergência? Einstein (São Paulo). 2021;19:1-10.
2. Aleena Banerjiet al. Hereditary angioedema from the patient’s perspective: A follow-up patient survey. Allergy Asthma Proc. 2018 May-Jun; 39(3): 212–223.
3. US HAEA Medical Advisory Board 2020 Guidelines for the Management of Hereditary Angioedema. J Allergy Clin Immunol Pract. Volume 9, Number 1. January 2021.
4. Doutor, eu tenho angioedema hereditário. GEBRAEH. Disponível em https://gebraeh.com.br/materiais-gerais/. Acessado em fevereiro/2022.
ANPROM/BR/HAE/0039.